quinta-feira, 17 de julho de 2014

Livro 1, Parte 0!

- Pode ser perigoso despertar as pessoas dos seus sonhos!
Uma voz ecoou essa frase, enquanto eu estava em um transe entre o sono e o despertar. Levantei bruscamente em um impulso assustador e a frase continuava a repetir durante o tempo que eu tentava organizar os pensamentos e realmente acordar. Acordar nesse mundo, que não é o pais das maravilhas, mas, vive nos “cortando as cabeças” e nos deixando vivos.
O dia então iniciou-se confuso e com um gosto adstringente. Ao levantar ouvi um silêncio que chegava ser provocador, eram oito da manhã e todos haviam tomado a direção rotineira de suas vidas, já eu, no entanto, não conseguia sequer organizar meus pensamentos, a única coisa que eu tinha certeza era que eu tinha muita coisa pra fazer naquele dia. Assim como em todos os outros!
Caminhei pela casa tentando chegar a cozinha e aos analgésicos, em cada passo o silêncio parecia gritar descontroladamente em minha cabeça, ao encontrar os remédios me senti como se tivesse encontrado um tesouro mágico. Tomei um comprimido e retornei a cama. Dormi um pouco, o suficiente para que o silêncio voltasse a ser calmo.
Ao acordar, mais uma vez, olhei para o relógio e percebi que tinha dormido muito, segundo ele já eram cinco horas da tarde. O sol estava incidindo em meus olhos e eu não conseguia abri-los totalmente, apenas achava estranho aquele relógio de parede naquela posição pois, nunca fui muito fã de relógios de parede. Forcei um pouco a vista quando algo me assustou, eu estava em uma cama de hospital e ao meu lado apenas um criado-mudo branco e em cima dele um buquê de flores vermelhas em um vaso parecido com o de minha mãe com vários cartões ao seu redor, ainda meio tonta consegui ler uma das mensagens escrita em um cartão que estava apoiado no vaso, a letra era da minha melhor amiga com um recardo meio tremulo “Aguardarei o seu tempo, seja ele qual for! O mundo ainda é nosso até que provem o contrário! Ass.: Maria Alice”.
Vendo aquilo eu quis gritar para que alguém corresse e me disse o que estava acontecendo.
– Porque meu corpo não é meu e meus braços estão tão finos?
Quando algum som iria tentar sair de minha boca, o bipe de um aparelho soou mais alto e então ouvi o som da porta abrir e em questões de segundos um grito eufórico rodeado por lágrimas saia na voz de Mamãe: - Eu sabia que você voltaria pra mim, nunca duvidei disso meu amor! Meu lindo bebê. Você voltou!

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