- Pode ser
perigoso despertar as pessoas dos seus sonhos!
Uma voz ecoou
essa frase, enquanto eu estava em um transe entre o sono e o despertar.
Levantei bruscamente em um impulso assustador e a frase continuava a repetir
durante o tempo que eu tentava organizar os pensamentos e realmente acordar.
Acordar nesse mundo, que não é o pais das maravilhas, mas, vive nos “cortando
as cabeças” e nos deixando vivos.
O dia então
iniciou-se confuso e com um gosto adstringente. Ao levantar ouvi um silêncio
que chegava ser provocador, eram oito da manhã e todos haviam tomado a direção
rotineira de suas vidas, já eu, no entanto, não conseguia sequer organizar meus
pensamentos, a única coisa que eu tinha certeza era que eu tinha muita coisa
pra fazer naquele dia. Assim como em todos os outros!
Caminhei pela
casa tentando chegar a cozinha e aos analgésicos, em cada passo o silêncio
parecia gritar descontroladamente em minha cabeça, ao encontrar os remédios me
senti como se tivesse encontrado um tesouro mágico. Tomei um comprimido e
retornei a cama. Dormi um pouco, o suficiente para que o silêncio voltasse a
ser calmo.
Ao acordar, mais
uma vez, olhei para o relógio e percebi que tinha dormido muito, segundo ele já
eram cinco horas da tarde. O sol estava incidindo em meus olhos e eu não
conseguia abri-los totalmente, apenas achava estranho aquele relógio de parede
naquela posição pois, nunca fui muito fã de relógios de parede. Forcei um pouco
a vista quando algo me assustou, eu estava em uma cama de hospital e ao meu
lado apenas um criado-mudo branco e em cima dele um buquê de flores vermelhas
em um vaso parecido com o de minha mãe com vários cartões ao seu redor, ainda
meio tonta consegui ler uma das mensagens escrita em um cartão que estava
apoiado no vaso, a letra era da minha melhor amiga com um recardo meio tremulo
“Aguardarei o seu tempo, seja ele qual for! O mundo ainda é nosso até que
provem o contrário! Ass.: Maria Alice”.
Vendo aquilo eu
quis gritar para que alguém corresse e me disse o que estava acontecendo.
– Porque meu
corpo não é meu e meus braços estão tão finos?
Quando algum som
iria tentar sair de minha boca, o bipe de um aparelho soou mais alto e então
ouvi o som da porta abrir e em questões de segundos um grito eufórico rodeado
por lágrimas saia na voz de Mamãe: - Eu sabia que você voltaria pra mim, nunca
duvidei disso meu amor! Meu lindo bebê. Você voltou!
...
Nenhum comentário:
Postar um comentário