quarta-feira, 18 de junho de 2014

Entre amor e ciclos

Passei boa parte do meu dia a pensar como seria se minha prima de sete anos soubesse que algum dia alguém irá partir seu coração, irá fazer com que todos os seus órgãos pareçam virar farelo, aquela dor vai cair sobre o rosto em forma de lágrima, e por incrível que pareça isso a deixará mais forte. Isso aconteceu comigo, talvez já tenha acontecido com você e vai acontecer com toda certeza com a maioria de nós, afinal é da natureza humana amar e é da natureza do amor machucar. Quando falo isso não estou apenas me referindo ao amor de um homem e de uma mulher, estou falando do amor em si, ele é falho, nos faz chorar, nos faz amar, nos faz crescer e no fim é a maior arma para que consigamos viver.
Quando eu tinha cerca de sete anos (a idade de minha prima) a professora ministrou uma aula memorável, ela intitulou o assunto de: Ciclos da vida. Nesta aula ela falava que a vida tem três ciclos: nascer, crescer e segundo ela “finalmente” falecer. Aquele “finalmente” me rodeou a cabeça por horas, eu me perguntava se ela queria morrer e se sim, qual seria o motivo do desejo de morte. Bom, aquela minha pergunta continuou sem resposta por duas semanas, até que eu descobri que há três semanas antes, daquela aula, minha professora havia perdido seu marido em um acidente de carro e ao saber deste fato entendi a tristeza presente nos olhos e naquele “finalmente” soado com tanta dor.
Hoje, onze anos depois, vejo minha prima estudando os ciclos da vida e sinto em discordar da ciência. Pois, ela esquece de ensinar sobre um dos principais ciclos: o do amor. Mas, como explicar o fator que é a causa de nossas incertezas, dores, alegrias e etc?


Como Fernando Pessoa dizia: “Não conheço nenhuma outra razão para amar senão amar.” E assim como nascer crescer e morrer o amor engloba diversas fases, mas, diferente das outras três ele não faz viver, ele nos dá vida, e talvez por isso e só por isso ele não seja um dos ciclos da ciência.

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