Rapaz: se vai entrar nessa
eu preciso te contar - leia até o fim e, por favor, acredite em mim!
Se você vai mergulhar dentro
dela, prenda a respiração e entre na água por inteiro. Não entre se não souber
nadar. O mar dela é muito grande e, na maioria das vezes, suas águas são
extremamente agitadas. Porém, mesmo estando sempre na maré cheia, ele tem seus
picos de calmaria e quando assim estiver calmo e sereno, não tente agitá-lo! Você
pode não saber como controlá-lo.
Quem a vê passando por aí
não sabe, não desconfia, mas ela é um vulcão de sentimentos prontos para entrar
em erupção. Só que diferente de algumas outras, ela implode ao invés de
explodir e todas essas larvas de sentimentos queimam, unicamente, dentro dela.
Entenda que ela está
acostumada a ser só ela e ela mesma (e na maioria dos dias é ela e seus livros).
Ela e suas xícaras cheias de café, ela e suas histórias, ela e suas estórias e
por fim o ciclo volta a ela. Por isso, se você vai entrar... esteja disposto a
enfrentar ela todos os dias.
Olha bem no fundo dos olhos
dela. Eles são ressacados! Eles sofrem por quem não ficou. E no silêncio dela,
eles são as únicas coisas que irão te falar muito.
Observe os detalhes. Mesmo
sem palavras, a todo segundo, ela irá te dizer o que ela quer. Ela é o seu
próprio mapa e só ela pode querer mostra-lo a ti.
Nunca cometa o erro de
compará-la a alguém. Aprenda: existem pessoas normais, pessoas únicas e existe
ELA.
E por fim, o que tenho a te
falar é: não perca essa chance! Ela é daquelas que te rende duas xícaras de
café pela manhã, duas taças de vinho à noite e nesse meio termo ela também te dará um mundo inteiro de histórias, de aventuras... Ela te dará vida!
E se me perguntares como eu
consegui ter esse manual sobre ela, te respondo com água esborrando pelos
olhos: eu já a tive apenas para mim! Mas, como péssimo nadador que sou, perdi o
rumo das correntes que me levavam a ela. E, um dia, fui eu quem teve que partir.
E, se você leu até o final
como te pedi: hoje, você sabe três por cento sobre ela!